quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A primeira vez que Lucius foi visitar Lucy em sua casa, divertiu-se como uma criança em um parque de diversões, onde pudesse mexer nas milhares de coisas divertidas e interessantes que ali existiam. Coleção de brinquedos do "Kinder ovo", alguns desenhos inacabados colados pela casa, bonecas penduradas, muitos pôsteres (principalmente da Cindy Lauper e dos Beatles). Em uma estante de madeira, já quase toda tomada por cupins havia uma caixa de couro vermelha, com colagens velhas que mais sujavam que enfeitavam a caixa. Lucius não se conteve.
Uma curiosidade o tomou subitamente. Precisava abrir aquela caixa que o desafiava. Olhando para os lados, temendo ser pego por sua amada, breve mas levemente Lucius empurrou a trava de metal enferrujada. Descobriu o maior e mais bizarro segredo de Lucy (pelo menos era o que ele pensava ser)...milhares de fotos 3x4 de mulheres, homens, velhos e crianças. A curiosidade havia lhe pego totalmente. " Não podem ser todos parentes. Tantos assim?Serão amigos e ex namorados?"
Lucy saiu do banheiro e se deparou com um Lucius diferente. estava mais nervoso, suando e com uma cara de criança que não entende porque seu cãozinho morreu.
Lucy soltou uma risada irônica e disse uma frase que deixou Lucius desajeitado, "que vistes aí?". Lucius até tentou relutar , mas acabou perguntando grosseiramente, talvez pelo nervosismo, "que diabos é isso? Tu conheces esse bando de gente?". Até continuaria com seu interrogatório, mas Lucy gargalhou e o fez paralisar. Com tom afável, Lucy respondeu "claro que não.Eu apenas coleciono." Lançou um olhar como quem dissesse que isso era natural, e o beijou como se o resto fosse irrelevante.
Ele nunca mais tocou no assunto, mas continuou com a curiosidade sobre aquilo que vira.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Lucy percebia no olhar das pessoas quem era como ela, quem omitia suas vontades ardentes. Mas com Lucius sentia o contrário. Sentia doçura, decência. E ao perceber isso, temia que ele descobrisse, temia seu julgamento.
Mas por que? Se ele era mais um, como os outros que passaram por sua vida... apaixo...não, não Lucy. "Amar a todos e nunca ser egoísta a ponto de amar somente um." Essa era a sua frase, a que melhor poderia descrevê-la.
Acontece que quando estava diante de Lucius, nada disso lhe parecia real. Como se fosse outra Lucy. A apaixonada e dependente de um outro ser...de um homem!
Mesmo assim, nada a impedia de viver suas noites, de sugar a essência de cada estrela, de cada lua cheia que lhe saudava. Suas noitadas lhe davam, além de prazer, criatividade para o dia seguinte e mais vontade de viver os dias que viriam. (continua)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Quantas histórias ocultas existem naquele corpo. Se a cada transpiração ele revelasse seus segredos, todos se chocariam. Ficariam boquiabertos com suas verdades. Mesmo que no fundo quisessem fazer o mesmo.
Se a noite e os becos imundos onde ela liberta-se repetissem uma só frase dita por sua boca carnuda, muitos tampariam seus ouvidos. Outros porém, não esconderiam mais seus sexos.
Ninguém, além dela e dos seres que encontrava pela escuridão sabia de suas aventuras. Lucius não poderia nem imaginar dessa sua vida dupla.
ele era um tanto quanto... conservador, quando se tratava de alguém que ele mantinha relação, claro. Até lhe dava certo prazer ver esses filmes eróticos, ou escutar casos de seus amigos em orgias. Mas era inadmissível alguém que ele fosse tão próximo fazer esse tipo de coisa. Mais ainda Lucy, sua "amada intocável". (continua)


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Lucy amava... e como amava! Sentia amor por todos que conhecia. Se autodenominava uma "amante gulosa". Amava todos, queria todos, e muitas vezes ao mesmo tempo.
Todos sabiam dessa sua "coleção" de amores, e gostavam disso. Muitos lutavam para fazer parte de seu "álbum". Mas além de amores, colecionava amizades. Seus ex eram todos seus amigos... íntimos. Ela continuava a amá-los do seu modo, e não admitia separações. Aliás, tinha até um certo ciúmes daqueles que após o término do relacionamento seguiam suas vidas, com novas mulheres e novos amores.
Lucy havia sido madrinha de muitos casamentos. Todos, claro, por insistência dos futuros maridos. As mulheres morriam de inveja e ciúmes da relação deles com "aquelazinha". Também pudera, todas elas sabiam o quanto Lucy havia sido importante e quão significativa ainda era a relação deles com ela.
Lucy sabia disso, e com certa malícia provocava as mulheres, sempre dizendo que nada mais havia entre eles. Até porque ELA havia terminado!
Ah, o ELA! Como frisava essa palavra. Mas porque isso? Será que gostava de relembrar que havia terminado com sonhos dos apaixonados? Que havia lhes pisado os colhões?
Eles pouco se importavam, quer dizer, fingiam não se importar. Sabiam que Lucy tinha esse poder. Ela podia! E mesmo assim todos continuavam a lhe amar.
Era como um dom, um feitiço! Será Lucy uma bruxa? Não, nunca. Lucy era uma Ninfa, luz e muito amor e paixão. Não só isso... era também desejo, malícia e sedução. (continua)

terça-feira, 22 de maio de 2012

Um conto por causa de uma inspiração arrebatadora!!

Lucy o conheceu quando retornava para casa depois de uma longa caminhada sem propósito. Os olhares se cruzaram e faíscas saíram dos olhos de ambos. Era diferente do que via nos olhos de Lucius, onde um fogo brando, repleto de luz, que queimava aos poucos. com aquele rapaz de expressão séria, sentia um fogo rápido lhe queimar o corpo, subindo entre as coxas, lhe causando calafrios.
Não falaram nada, apenas se olharam. Até que ele lhe entregou um pedaço de papel com seu número e email. Ela acabara de ser seduzida. E adorou o flerte. Sentiu-se como em um filme antigo, em que os olhares falam tudo, antes dos corpos se cruzarem.
Depois desse dia, trocaram emails e aumentaram seus desejos. Quando o desejo já ardia de maneira que não podiam mais suportar, resolveram se encontrar.
A noite do encontro era propícia para sedução: quente, com uma lua brilhante e ruas desertas. Queriam conversar, mas a atração fazia com que as palavras se embaraçassem. Tentavam não se aproximar, mas sentiam um imã que os grudava. Se renderam então a um beijo cheio de malícia e fogo...muito fogo.
Sem trocar palavra alguma, buscaram um lugar obscuro, vazio, a espera de dois amantes. A partir daquele momento nada mais de palavras, nem gemidos, nem sussurros, apenas ações. Mãos percorrendo corpos. Nenhum pedacinho deixado de lado, sem atenção devida.
Mas as mãos já não eram o bastante para tantos locais... eram bocas, seios...tudo se entrelaçava.
A lua se foi banhada em desejo, sorrindo como os dois.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ás vezes Lucy inventava alguns segredos. Quando Lucius descobria e lhe perguntava o porque da mentira, ela sorria e dizia que apenas queria colocar mais aventura e emoção nas histórias. Como ele poderia não sorrir e aceitar suas invenções? Lucy tinha uma imaginação fantástica. Criava história e personagens tão vivos que fariam inveja a Almadóvar ou Wood Allen.
Lucy adorava encenar novela, na maioria mexicanas. Dizia ela que eram mais divertidas. De inicio Lucius sentia vergonha e achava que Lucy realmente usava drogas. Mas com o tempo foi adorando a ideia. E até começa certas cenas no meio da rua, no café... o que impressionava e fazia com que Lucy se encantasse cada vez mais.Por vezes Lucius se empolga e os dois ou eram expulsos dos lugares, ou saiam correndo feito crianças que acabaram de aprontar algo.
Criança...era assim que Lucius se sentia ao lado de Lucy. Sua paixão era como de uma criança... pura e inocente.
Mas para Lucy ele era mais uma paixão em sua vida. Um amigo com uma "pitada de cor a mais". E ele sabia disso...Lucy já havia lhe dito como era. Falou isso depois de uma noite maravilhosa que tiveram. Lucius engoliu a seco, forçou um sorriso tentou dizer alguma mentira, como "eu também sinto o mesmo". Foi exatamente isso que pensou em dizer,mas só conseguiu balbuciar um "uhum".
Sentindo sua fraqueza, Lucius interrompeu o "monólogo" de Lucy com um beijo feroz, fazendo com que ela acreditasse que tudo estava bem, e que ele pouco se importava com seu jeito livre de ser. (continua)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Lucy....

Lucy e Lucius...Parecia que foram feitos um para o outro. Assim como ele o masculinos de Lucy, e ela o seu feminino. Não deveria nunca ser diferente.
Cada vez que ela a via comentava essa descoberta, com um sorriso bobo nos lábios. Ela o olhava com ar repressor e lhe dizia que tudo aquilo era uma bobagem. coisas de criança. ele apenas concordava e pensava em silêncio:"é bobagem, mas é o que acho. É o que me faz acreditar que daremos certo."
Lucy, ele já sabia, não era de brincadeiras. e muito menos de sonhar com relacionamentos duradouros e românticos.
Mas embora fosse essa durona - como gostava de ser chamada - possuía certas manias peculiares, e de certo modo românticas.
Assim que conheceu Lucius, não pediu seu número de telefone e nem pareceu ter vontade disso. Diferente dele - que de tão nervoso para conseguir o número dela, deixou seu celular se espatifar no chão - Lucy apenas pediu seu endereço completo, com CEP, número da rua e da casa. Abismado e sem entender, Lucius buscou rapidamente um pedaço de papel, um guardanapo que fosse. Mas o que encontrou foi o rótulo da cerveja barata que haviam bebido ( que estranhamente e carinhosamente Lucy colocou em seu "caderno de memórias").
Uma semana depois, Lucius recebeu uma carta de Lucy. Ah! Nunca o carteiro foi tão bem vindo naquela residência. Até porque sempre levara contas e nunca cartas de bom grado.
Na carta, escrita com letra maravilhosamente desenhada, Lucy perguntava como ele estava, o que tinha feito na semana e outras perguntas um tanto quanto...estranhas, mas que o fizeram sorrir.
Porque alguém teria interesse em saber a cor do cadarço preferido de outra pessoa? E o sonho da noite anterior?
Engraçado! Mas mais engraçad era a segunda folha. Nela haviam desenhos sem sentido, adesivos e pequenos corações em torno da folha. Tudo tão sem sentido! Mas que se tornaram a coisa mais singela e significativa para os olhos de Lucius. Tanto que largou tudo o que deveria fazer, sentou-se diante de sua mesa e se pôs a escrever uma carta. Assim, durante todo seu "pseudo relacionamento" - como Lucy o chamara - trocaram curiosidades e pequenos segredos que muitas vezes não conseguiam relatar olhando no olho... (continua)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Lucy

... a levou para casa, para o quarto e nem perguntou seu nome. Tiraram suas roupas como se uma força os movessem. Transaram, fizeram sexo, amor... Tudo o que a noite lhes permitiu. A lua os contemplava ao entrar pela janela de seu apartamento, no quarto andar.
Morando sozinho, nunca ligou para arrumações, não gostava nem de lavar panelas. Quanto aos pratos e copos, sentia uma certa satisfação ao lavá-los. Se divertia ao lavar enquanto escutava Paralamas do Sucesso. O resto da faxina "mais pesada", deixava para sua madrinha Heloísa. Tudo o que ela fazia era de coração, por amizade e carinho por Lucius e sua mãe. Lucius nem se importava quando ela mexia nos seus livros e cadernos tentando encontrar algum segredo seu. Mas se irritava quando trocava seus CD's de lugar. Virginiano meticuloso, gostava de manter seus objetos preferidos em ordem alfabética. Mania tida por ele como uma característica positiva, e não um defeito.
Naquela noite em que Lucy foi para lá, Lucius acordara atrasado e sua casa estava literalmente uma bagunça. Heloína não trabalhara naquele dia pois sua filha teria de fazer alguns exames (ou algo assim.).
Para ele a bagunça pouco importava. Havia muito tempo que ninguém o visitava. A limpeza nem era necessária. Mas logo naquele dia em que o "apê" estava jogado, ele arrumara alguém. Não qualquer pessoa, mas a mulher mais maravilhosa e decidida que cruzara seu caminho.
Lucius tentou pensar em alguma maneira de ajeitar tudo pela manhã, antes que ela acordasse.Mas a noite foi tão exaustiva, que quando acordou já passava do meio dia e Lucy já não habitava mais seus lençóis. Mas deixara um bilhete: "Te encontro no nosso bar. P.s. vá com a camisa verde que encontrei no seu armário. Lucy". (continua)