terça-feira, 22 de maio de 2012

Um conto por causa de uma inspiração arrebatadora!!

Lucy o conheceu quando retornava para casa depois de uma longa caminhada sem propósito. Os olhares se cruzaram e faíscas saíram dos olhos de ambos. Era diferente do que via nos olhos de Lucius, onde um fogo brando, repleto de luz, que queimava aos poucos. com aquele rapaz de expressão séria, sentia um fogo rápido lhe queimar o corpo, subindo entre as coxas, lhe causando calafrios.
Não falaram nada, apenas se olharam. Até que ele lhe entregou um pedaço de papel com seu número e email. Ela acabara de ser seduzida. E adorou o flerte. Sentiu-se como em um filme antigo, em que os olhares falam tudo, antes dos corpos se cruzarem.
Depois desse dia, trocaram emails e aumentaram seus desejos. Quando o desejo já ardia de maneira que não podiam mais suportar, resolveram se encontrar.
A noite do encontro era propícia para sedução: quente, com uma lua brilhante e ruas desertas. Queriam conversar, mas a atração fazia com que as palavras se embaraçassem. Tentavam não se aproximar, mas sentiam um imã que os grudava. Se renderam então a um beijo cheio de malícia e fogo...muito fogo.
Sem trocar palavra alguma, buscaram um lugar obscuro, vazio, a espera de dois amantes. A partir daquele momento nada mais de palavras, nem gemidos, nem sussurros, apenas ações. Mãos percorrendo corpos. Nenhum pedacinho deixado de lado, sem atenção devida.
Mas as mãos já não eram o bastante para tantos locais... eram bocas, seios...tudo se entrelaçava.
A lua se foi banhada em desejo, sorrindo como os dois.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Ás vezes Lucy inventava alguns segredos. Quando Lucius descobria e lhe perguntava o porque da mentira, ela sorria e dizia que apenas queria colocar mais aventura e emoção nas histórias. Como ele poderia não sorrir e aceitar suas invenções? Lucy tinha uma imaginação fantástica. Criava história e personagens tão vivos que fariam inveja a Almadóvar ou Wood Allen.
Lucy adorava encenar novela, na maioria mexicanas. Dizia ela que eram mais divertidas. De inicio Lucius sentia vergonha e achava que Lucy realmente usava drogas. Mas com o tempo foi adorando a ideia. E até começa certas cenas no meio da rua, no café... o que impressionava e fazia com que Lucy se encantasse cada vez mais.Por vezes Lucius se empolga e os dois ou eram expulsos dos lugares, ou saiam correndo feito crianças que acabaram de aprontar algo.
Criança...era assim que Lucius se sentia ao lado de Lucy. Sua paixão era como de uma criança... pura e inocente.
Mas para Lucy ele era mais uma paixão em sua vida. Um amigo com uma "pitada de cor a mais". E ele sabia disso...Lucy já havia lhe dito como era. Falou isso depois de uma noite maravilhosa que tiveram. Lucius engoliu a seco, forçou um sorriso tentou dizer alguma mentira, como "eu também sinto o mesmo". Foi exatamente isso que pensou em dizer,mas só conseguiu balbuciar um "uhum".
Sentindo sua fraqueza, Lucius interrompeu o "monólogo" de Lucy com um beijo feroz, fazendo com que ela acreditasse que tudo estava bem, e que ele pouco se importava com seu jeito livre de ser. (continua)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Lucy....

Lucy e Lucius...Parecia que foram feitos um para o outro. Assim como ele o masculinos de Lucy, e ela o seu feminino. Não deveria nunca ser diferente.
Cada vez que ela a via comentava essa descoberta, com um sorriso bobo nos lábios. Ela o olhava com ar repressor e lhe dizia que tudo aquilo era uma bobagem. coisas de criança. ele apenas concordava e pensava em silêncio:"é bobagem, mas é o que acho. É o que me faz acreditar que daremos certo."
Lucy, ele já sabia, não era de brincadeiras. e muito menos de sonhar com relacionamentos duradouros e românticos.
Mas embora fosse essa durona - como gostava de ser chamada - possuía certas manias peculiares, e de certo modo românticas.
Assim que conheceu Lucius, não pediu seu número de telefone e nem pareceu ter vontade disso. Diferente dele - que de tão nervoso para conseguir o número dela, deixou seu celular se espatifar no chão - Lucy apenas pediu seu endereço completo, com CEP, número da rua e da casa. Abismado e sem entender, Lucius buscou rapidamente um pedaço de papel, um guardanapo que fosse. Mas o que encontrou foi o rótulo da cerveja barata que haviam bebido ( que estranhamente e carinhosamente Lucy colocou em seu "caderno de memórias").
Uma semana depois, Lucius recebeu uma carta de Lucy. Ah! Nunca o carteiro foi tão bem vindo naquela residência. Até porque sempre levara contas e nunca cartas de bom grado.
Na carta, escrita com letra maravilhosamente desenhada, Lucy perguntava como ele estava, o que tinha feito na semana e outras perguntas um tanto quanto...estranhas, mas que o fizeram sorrir.
Porque alguém teria interesse em saber a cor do cadarço preferido de outra pessoa? E o sonho da noite anterior?
Engraçado! Mas mais engraçad era a segunda folha. Nela haviam desenhos sem sentido, adesivos e pequenos corações em torno da folha. Tudo tão sem sentido! Mas que se tornaram a coisa mais singela e significativa para os olhos de Lucius. Tanto que largou tudo o que deveria fazer, sentou-se diante de sua mesa e se pôs a escrever uma carta. Assim, durante todo seu "pseudo relacionamento" - como Lucy o chamara - trocaram curiosidades e pequenos segredos que muitas vezes não conseguiam relatar olhando no olho... (continua)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Lucy

... a levou para casa, para o quarto e nem perguntou seu nome. Tiraram suas roupas como se uma força os movessem. Transaram, fizeram sexo, amor... Tudo o que a noite lhes permitiu. A lua os contemplava ao entrar pela janela de seu apartamento, no quarto andar.
Morando sozinho, nunca ligou para arrumações, não gostava nem de lavar panelas. Quanto aos pratos e copos, sentia uma certa satisfação ao lavá-los. Se divertia ao lavar enquanto escutava Paralamas do Sucesso. O resto da faxina "mais pesada", deixava para sua madrinha Heloísa. Tudo o que ela fazia era de coração, por amizade e carinho por Lucius e sua mãe. Lucius nem se importava quando ela mexia nos seus livros e cadernos tentando encontrar algum segredo seu. Mas se irritava quando trocava seus CD's de lugar. Virginiano meticuloso, gostava de manter seus objetos preferidos em ordem alfabética. Mania tida por ele como uma característica positiva, e não um defeito.
Naquela noite em que Lucy foi para lá, Lucius acordara atrasado e sua casa estava literalmente uma bagunça. Heloína não trabalhara naquele dia pois sua filha teria de fazer alguns exames (ou algo assim.).
Para ele a bagunça pouco importava. Havia muito tempo que ninguém o visitava. A limpeza nem era necessária. Mas logo naquele dia em que o "apê" estava jogado, ele arrumara alguém. Não qualquer pessoa, mas a mulher mais maravilhosa e decidida que cruzara seu caminho.
Lucius tentou pensar em alguma maneira de ajeitar tudo pela manhã, antes que ela acordasse.Mas a noite foi tão exaustiva, que quando acordou já passava do meio dia e Lucy já não habitava mais seus lençóis. Mas deixara um bilhete: "Te encontro no nosso bar. P.s. vá com a camisa verde que encontrei no seu armário. Lucy". (continua)