quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Há tempos Lucy não apreciava uma confraternização com amigos. Talvez nunca tenha participado de alguma depois do ensino médio.Eram sempre tão monótonas, cheias de risos sobre piada alguma, falsos moralismos, puritanas de fachada, assuntos chatos, comentários maldosos e nada de diversão. Pelo menos não a diversão que atraía Lucy.
A pior parte disso é que essas reuniões eram anunciadas como festas, onde adolescentes fogosos poderiam soltar suas vontades, beber, experimentar tudo e todos. Porém, a verdade era outra. Uma realidade baixa e cruel, que convencia meninas a beber “enlouquecidamente” até perder completamente a noção, a ponto de se deixar levar pelo mais babaca, aceitar transar com ele, mas desmaiar e vomitar na primeira tentativa. Depois, claro, virar alvo de comentários maldosos pelo resto da vida escolar.
Para Lucy não importava se era festa de adolescentes, universitários ou adultos. Tudo seguia as mesmas regras hipócritas. Todos queriam se entorpecer, mergulhar no desejo e se doar por inteiro, mas faziam totalmente ao contrário. Não fazia a menor questão de perambular por locais assim, até que veio o convite de um casal de amigos.
Convidaram para a despedida de sei lá quem, vindo de sei lá onde. Não importava, afinal, Lucy não iria comparecer. Saiu sem rumo. Era uma noite estrelada de domingo que pedia por algo diferente. Lucy bebeu alguns copos de vinho, uma garrafa de champanhe, alguns copos de conhaque, trocou algumas palavras com dois amigos, esperando algo a mais de um deles. Esperou demais, bebeu demais e se viu cercada de alguns sentimentos estranhos, todos relacionados aquele algo mais que esperou.
Resolveu brindar com as estrelas, mas no caminho pensou em aparecer na despedida. Assim como ela, as poucas pessoas que se encontravam na festinha estavam tomadas pelo vinho. Uma casa antiga, com portas grandes, vários cômodos e corredores. Cantos escuros que seduziam, paredes que pareciam implorar por gemidos e sussurros. Lucy analisou cada lugar que poderia talvez usar, olhou cômodo por cômodo antes de chegar no pequeno pátio onde a festa rolava. Tudo acontecia exatamente como ela sempre quis que seria, ao contrário de outras que ela vivera. Um sorriso espontâneo surgiu no rosto de Lucy e sem hesitar, começou a dançar. Todos dançavam com todos, se tocavam, se entrelaçavam, bebiam, riam gargalhadas sinceras, corpos com corpos sem pudor nem medo. Uma orgia sem sexo, um ritual, uma dança com vários corpos formando um só. Tudo atiçava e excitava Lucy, mas estava tão envolvida naquela dança que ainda não havia reparado em ninguém.
Na pequena pausa que deu entre uma dança e um copo de vinho, se sentiu vigiada. Procurou e parou no olhar de um rapaz pequeno, magro, de barba rústica. Ela conhecia bem aquele olhar. Ele tinha os olhos de fome e um semblante de devorador. Estava ali procurando o mesmo que Lucy e tinha pressa. Na primeira oportunidade ofereceu uma bebida a Lucy, que aceitou sem ao menos perguntar o que bebia. Ele parecia ansioso, olhava, analisava e salivava. Lucy podia ver o desejo fervilhando e deixou que ele tomasse todas as iniciativas. Queria vê-lo explodindo de vontade. No silêncio de ambos, o rapaz saiu e largou suas palavras:
“Pode tomar o quanto quiser, depois vai lá dentro e me entrega o copo.” Sumiu na escuridão de um longo corredor, deixando Lucy explodindo. Ela o seguiu, mal deixando que ele sumisse completamente de sua vista. Como ela bem esperava, ferozmente ele a agarrou de baixo de uma escada. Beijaram-se até serem interrompidos por um rapaz que Lucy apelidara de “escroto carente”. Um ser que estava ali somente para atrapalhar, por não encontrar ninguém com quem pudesse trocar carícias picantes pelos cantos da velha casa, arrumara um jeito de se divertir: atrapalhando que quisesse liberar seus desejos. Gritou algumas frases sem sentido enquanto bebia, ria e cuspia. Temendo perder o tesão, Lucy retrucou algumas palavras grosseiras, na tentativa de fazer com que o rapaz de olhos famintos a levasse dali, já que o escroto não iria sair por vontade própria. Para sua felicidade, o recado foi bem entendido e seu desejo também. Procuraram uma porta qualquer e entraram em uma sala escura. Ele perguntou se poderia acender a luz, o que pouco importava para Lucy. Ao iluminar o espaço, observaram o vazio do lugar. Quase vazio, não fosse uma espécie de sofá quebrado. Um lugar perfeito.
Lucy nem conseguiu terminar de examinar o local, foi puxada para mais um beijo ardente, louco e faminto. Ele a segurava como se não quisesse soltá-la mais e Lucy gostava daquelas mãos firmes. Aos poucos foi limitando os movimentos de Lucy, induzindo a realizar seus desejos, sem dar espaço aos dela. Com um movimento rápido, ele a colocou de joelhos, diante de seu órgão pulsante e duro. Lucy sabia bem o que ele queria, e no primeiro momento quis também, mas depois gostaria de variar, experimentar. Mas ele não. Continuava agarrando seus cabelos, cada vez com mais força, empurrando sua cabeça em direção ao sexo latejante.

Cansada daquela cena, Lucy tomou fôlego, levantou-se e o olhou fixamente. Séria, o segurou pelos braços, deixando claro que ela também tinha suas fantasias. Ele sorriu e se entregou. Lucy o beijou e desceu sua língua de volta ao órgão cada vez mais pulsante e quente.