quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

"olhos que sorriem"

Lucy já observava esse rapaz há muito tempo. Já cruzara com ele pelas noites, em festas, bares e pelas ruas. Seu interesse pelo rapaz de olhos pequenos e expressões de "moleque", daqueles que esperam o momento exato para apronta uma, já vinha de muito tempo. Chegava quase a segui-lo.
Se o encontrava nos lugares, arrumava uma maneira de ficar mais perto.  E quanto mais ele não buscava seu olhar, quanto mais se sentia invisível diante dele, mas o desejava.
 As pessoas que não a conhecem diriam que ela estava apaixonada. Mas Lucy que se conhecia muito bem sabia que aquilo era carnal, era desejo.
Naquela noite buscava outros rumos, novos ambientes, novos corpos, os mesmos desejos e pudores mas em pessoas diferentes e mais olhares que se limitavam a disso. Bebeu, dançou, flertou e até beijou. Um beijo falso, sem vontade, induzido pelo momento. Digno de arrependimento, se Lucy se arrependesse de não esconder seus impulsos.
De um canto do bar, passou ao centro. Queria ser vista, e conseguiu... por ele. O rapaz que ela gentilmente apelidara de "olhos que sorriem". Sem pensar muito, buscou e fisgou seu olhar. Enquanto ele andava, pousava seus pequenos olhos no grande olhar de Lucy. Permaneceram por alguns minutos se buscando, até ele sumir.
Embora não tivesse ido em sua direção, Lucy sentia, através daquele olhar, que finalmente ela iria descobri-lo. Seu desejo vinha de uma porção de curiosidades: como será seu toque? seu beijo? sua língua? O que gosta de fazer? Será que esconde seus desejos?
 Sem perceber foi conduzida a uma dança. Quando percebeu quem era, se entregou. Dançaram, e Lucy não pensava em mais nada a não ser em sua arrepiante atração. Beijaram-se, trocaram carícias, conversaram, riram, mas sem saber porque, Lucy foi embora... sozinha.
 Passaram dias, e o desejo pelo rapaz crescia. Já não tinha mais vontade de procurar novos lugares, queria buscar os mesmo para encontra-lo.
 Se encontraram mais uma noite, em mais uma festa cheia de olhares que buscam uns aos outros e corpos que permanecem congelados em função do pudor.
 As ações se repetiram: dançaram, beijaram, riram, conversaram e mais uma vez Lucy voltou sozinha para casa. Não sabia como isso pudera acontecer. Estava mudando? Somente beijos já  lhe satisfaziam?
 Não. Eram perguntas tolas vindas ligeiramente. Lucy sabia que não era isso, embora não entendesse porque suas noites terminaram daquela maneira, sem becos escuros, sem carícias picantes, sem suores, sem corpos em um só.
 Agora mais que nunca pensava nele, buscava ele. Queria terminar o que haviam começado, pois seu corpo transpirava desejo e excitação......


Nenhum comentário:

Postar um comentário